Maria Rita

Sexta feira, 19 de dezembro de 2008. [contratempos na entrada - off] Dez horas e nada. Onze horas e nem sinal dela. Meia noite e minhas pernas já doíam, meu amor se cansava, meu semblante caía. A chuva resolveu comparecer na Fundição sem pagar o ingresso esgotado, o staff do show secava tudo e ressecava e reressecava... Aos 40 minutos do dia 20, eis que eu ouço: "O meu samba vai curar teu abandono/ O meu samba vai te acordar do sono..." Meus pêlos do braço se levantaram pra ouvir ela cantar. No início achei que fosse mais uma das muitas músicas de CD que eles estavam colocando para nos enrolar enquanto ela não chegava, de tão perfeita que foi a entrada. Todos os sons foram como um e a perfeição reinou até o fim. Entre caretas e caminhadas posudas imitando um samba eu vi uma Maria moleca-simpática-feliz-gente. A felicidade dela ao ver o público animado e cantante mesmo depois de tantas horas de espera, me fez feliz. Gosto de ser parte da felicidade dos meus ídolos. A cada música era uma eu sambista, poeta, fã, que se revelava. A cada olhada dela na direção em que eu estava, era um butterflystomach sem noção. Eu estava a duas pessoas de Maria Rita, vi imperfeições, cabelo pro alto, marcas de expressão... emoção.
Empolgação tamanha, que meu amor só pôde dizer ao pé do meu ouvido: "Samba, amor! Aproveita tudo que você tem direito", e me abraçar.
O final foi perfeito, conversa na varandinha com vista pros sujos arcos lindos da Lapa, Casuarina de fundo e um casal de amigos e um namorado mais do que perfeito.
O ruim do show? Ele teve fim.

"Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final

Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
O morro foi feito de samba
De Samba, prá gente sambar..."