segunda-feira, 27 de julho de 2009

Um vaso que não era pra ser meu.

Já tem mais de um ano que eu adquiri um vaso, um vaso desses bem bonitos e caros que quebram com muita facilidade. Era lindo de viver! Bojudinho, de cerâmica, marrom, uma graça!
Cuidei, limpei, coloquei no lugar mais bonito da minha casa, exibi pra todo [o meu] mundo e me gabei de tê-lo.
Um dia, sem ter muito o que fazer, fui ver o que fazia dele tão pesado e resolvi olhar pra dentro dele e dar uma limpeza. Lá dentro eu encontrei coisas velhas, poeira, muita poeira, uma coisinha de pelúcia suja e umas pedras. Segurei o vaso com toda a minha força pra carregá-lo pro melhor lugar pra ser limpo, e sem desejar, ele caiu e quebrou . Em pedaços. Pedaço pequenos. Droga! Pelo menos ele ficou limpo e leve, e devido ao grande apego que eu tinha por ele, resolvi colar. Pedaço por pedaço. Pequeno por pequeno. Demorou um pouco, mas a cola secou.
De volta ao seu lugar, lá estava ele, não com a mesma beleza de antes, não com o mesmo valor de antes, mas continuava lindo de dar inveja e voltei a me gabar por tê-lo novamente. Relaxei um pouco e a poeira começou a acumular por fora, por fora! Lá fui eu limpar ele de novo... Pensei que dessa vez fosse ser mais simples, era externo, superficial, não haveria grandes problemas. Da primeira vez que passei o espanador, ele caiu como uma pena na frente dos meus olhos.
Devagar, leve, sem pressa e com razão. [Meu coração achou que era boca e minhas pernas, vara verde.] E quebrou. Em pedaços. Pedaço miúdos. Droga! Pelo menos ele ficou limpo, e devido ao grande apego que eu tinha por ele, resolvi colar. Pedaço por pedaço. Miúdo por miúdo. Demora um pouco, mas a cola vai secar.

Inteiro, pequeno e miúdo.
Da próxima vez acho que desaparece.


3 comentários:

Anônimo disse...

e a cada rachadura essa vaso chora e o que o torno leve e limpo são as lágrimas dele mesmo... um vaso que não sabe agradar seu dono...

mas um vaso que ama

Anônimo disse...

esse é o mal de quem não é boa o bastante para perdoar...

T. disse...

Pois é.