Em um dos meus passeios super divertidos no shopping [mentira nunca são], vi um CD que eu tinha há muitos anos o qual eu nunca mais vi. Me lembrei que me pediram emprestado aquele CD, mas como ele foi o meu primeiro, não quis emprestar. Ele tinha um valor sentimental, sabe?
Entre tantas daquelas visitas que as pessoas fazem na sua casa do tipo super-estou-aqui-só-para-socializar-você-é-uma-pessoa-insuportável-vá-embora-isso-é-uma-ordem, uma me chamou a atenção, pois depois dela o meu tão amado cdzinho d-e-s-a-p-a-r-e-c-e-u. Aquilo foi choque. SÉRIO. Um e-mail com cópia para todos os meus contatos foi enviado solicitando que aquele objeto tão adorado, cuidado por mim como se fosse parte da minha família, fosse devolvido. Anos se passaram e nada. Com o tempo outros cds acabaram vindo, mas um nunca substitui o outro. Nem mesmo as músicas dele que eu baixei da extinta "Discografias" do Orkut, me serviram de consolo. Foram [são] dias e dias de agonia que acabou perdendo a força para outra chamada tempo. Na verdade, o tempo não cura todas as coisas, ameniza. Sentimentos não interessam a ninguém, somente para quem os sente.
Enquanto eu esperava que meu CD aparecesse, recebi algumas ligações. Algumas eram trotes, algumas não eram relacionadas ao meu CD, algumas era anônimas [not] querendo me convencer que toda essa minha busca ia ser em vão. E algumas, as piores, eram as ligações feitas por meninas de recado. Com o tempo as ligações esfriaram assim como minha relação com o CD. Uma relação é feita de presença. Distância não alimenta ninguém. Resolvi conviver sem ele e seguir ouvindo outras porcarias, alguns não tão porcarias assim.
Minha esperança nunca morreu, até pq se morresse a vida perderia a graça e o sentido, mas ela estava internada e em estado gravíssimo. Até que o CD apareceu nem tão são e nem tão salvo como eu queria, mas eu já esperava que se um dia ele aparecesse, não voltasse mais sendo o mesmo. No fundo, às vezes na superfície, a gente sempre sabe o que está por vir. O difícil é acreditar. Voltou velho e maltrapilho, cheio de vícios e arranhões, mas voltou. A paixão por ele estava abalada, mas lá estava o meu [nem tão] bom e velho [agora muito mais] CD. As ligações? Não pararam. Os e-mails? Chegavam esporadicamente. Meu Deus! Onde mais eu teria que anunciar que meu CD já estava comigo de novo e eu não precisava mais de 'pistas' e conselhos para encontrá-lo?
Outros anos se passaram.
Recebi algumas SMSs de desculpas pelo furto, sempre não identificadas, e alguns e-mails mais.
Mas por esses dias, chegou uma etiqueta. Uma etiqueta muito bem elaborada, diga-se de passagem. Bonita, vistosa... Mas beleza não põe mesa e devolver depois de velho com etiqueta de agradecimento, desejar bom uso e se desculpar, é no mínimo,sacanagem falta de [insira aqui o que quiser].
"Não há no mundo nada que em sentido absoluto nos pertença" - SARAMAGO, José.
Antes eu não tivesse comprado esse CD.
Entre tantas daquelas visitas que as pessoas fazem na sua casa do tipo super-estou-aqui-só-para-socializar-você-é-uma-pessoa-insuportável-vá-embora-isso-é-uma-ordem, uma me chamou a atenção, pois depois dela o meu tão amado cdzinho d-e-s-a-p-a-r-e-c-e-u. Aquilo foi choque. SÉRIO. Um e-mail com cópia para todos os meus contatos foi enviado solicitando que aquele objeto tão adorado, cuidado por mim como se fosse parte da minha família, fosse devolvido. Anos se passaram e nada. Com o tempo outros cds acabaram vindo, mas um nunca substitui o outro. Nem mesmo as músicas dele que eu baixei da extinta "Discografias" do Orkut, me serviram de consolo. Foram [são] dias e dias de agonia que acabou perdendo a força para outra chamada tempo. Na verdade, o tempo não cura todas as coisas, ameniza. Sentimentos não interessam a ninguém, somente para quem os sente.
Enquanto eu esperava que meu CD aparecesse, recebi algumas ligações. Algumas eram trotes, algumas não eram relacionadas ao meu CD, algumas era anônimas [not] querendo me convencer que toda essa minha busca ia ser em vão. E algumas, as piores, eram as ligações feitas por meninas de recado. Com o tempo as ligações esfriaram assim como minha relação com o CD. Uma relação é feita de presença. Distância não alimenta ninguém. Resolvi conviver sem ele e seguir ouvindo outras porcarias, alguns não tão porcarias assim.
Minha esperança nunca morreu, até pq se morresse a vida perderia a graça e o sentido, mas ela estava internada e em estado gravíssimo. Até que o CD apareceu nem tão são e nem tão salvo como eu queria, mas eu já esperava que se um dia ele aparecesse, não voltasse mais sendo o mesmo. No fundo, às vezes na superfície, a gente sempre sabe o que está por vir. O difícil é acreditar. Voltou velho e maltrapilho, cheio de vícios e arranhões, mas voltou. A paixão por ele estava abalada, mas lá estava o meu [nem tão] bom e velho [agora muito mais] CD. As ligações? Não pararam. Os e-mails? Chegavam esporadicamente. Meu Deus! Onde mais eu teria que anunciar que meu CD já estava comigo de novo e eu não precisava mais de 'pistas' e conselhos para encontrá-lo?
Outros anos se passaram.
Recebi algumas SMSs de desculpas pelo furto, sempre não identificadas, e alguns e-mails mais.
Mas por esses dias, chegou uma etiqueta. Uma etiqueta muito bem elaborada, diga-se de passagem. Bonita, vistosa... Mas beleza não põe mesa e devolver depois de velho com etiqueta de agradecimento, desejar bom uso e se desculpar, é no mínimo,
"Não há no mundo nada que em sentido absoluto nos pertença" - SARAMAGO, José.
Antes eu não tivesse comprado esse CD.


2 comentários:
Vi no Discovery que vacas obsessivas tem problemas com o conceito de posse e causam tudo isso aí que você descreveu.
Menina, mas você sabe muito sobre isso não é mesmo. O que é a experiência, gente...
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